“Encare a realidade como ela é e não como você gostaria que fosse.”
Jack Welch
Essa história é atribuída ao executivo Jack Welch e ocorreu em algum momento durante os anos 1981 e 1991, quando ele deixou a empresa. Jack era então um poderoso executivo e o “manda chuva” na G.E. (General Electric). Seus colegas, e até alguns de seus desafetos, o descreviam como lendário, implacável e obcecado! Quando entrou para a companhia no início dos anos 1980 Jack foi o responsável por implementar diversas transformações na gestão da multinacional e, durante sua liderança, a companhia expandiu mundialmente e viu seu valor de mercado aumentar de US$ 12 bilhões para US$ 410 bilhões.
Em uma ocasião Jack solicitou a um colaborador que fizesse um trabalho bem detalhado (projeções macroeconômicas) sobre um determinado braço da companhia e como esse determinado departamento deveria se portar diante das transformações que estavam por acontecer. Ele chamou o colaborador até a sua sala, o que já gerava bastante apreensão, solicitou o estudo, passou as diretrizes e estabeleceu um prazo de um mês para que o colega finalizasse o estudo detalhado de mercado.
Passados exatos 30 dias do prazo dado pelo Executivo Chefe da GE o colaborador entrou na sala do chefe, notou que ele não se encontrava e deixou o imenso e complexo estudo em sua mesa e saiu de lá aliviado por ter finalizado uma tarefa bastante desafiadora.
Passados dois dias da entrega do estudo pelo colaborador, Jack Welch lhe envia um e-mail pedindo a ele que comparecesse até a sua sala para falar do estudo. O colaborador, com um misto de apreensão e otimismo foi até a sala de Jack e o encontra em sua sala confortavelmente sentado em uma opulente cadeira de couro, com os pés descansando sobre a mesa (típico executivo norte americano), o “paper” em suas mãos e um leve sorriso no rosto.
Jack olha para o colaborador (vamos chama-lo de John) por alguns segundos (e que sob a perspectiva do John mais parecia uma hora) e pergunta:
– John, diga com sinceridade, isso (o estudo) é o melhor que você pode fazer?
John, que esperava um efusivo e sonoro cumprimento pelo trabalho árduo, entre surpreso e desconcertado responde com a voz ligeiramente tremula:
– Mr. Welch, pensando bem eu posso incluir alguns gráficos para melhor entendimento das tabelas de preços. Também, vou incluir uns dados que considero mais atualizados.
– Ótimo, responde Jack Wech e termina a curta conversa solicitando que o colaborador entregasse o trabalho melhorado em cinco dias.
Missão dada é missão cumprida. No prazo final de cinco dias John, como da última vez, entra na sala do Sr. Welch e entrega o “paper” devidamente atualizado.
Dois dias se passam e John recebe um comunicado do chefe, solicitando que comparecesse até a sua luxuosa sala.
No dia combinado, John sai da segurança da sua modesta sala e se dirige até a sala do Mr. Welch. Esse trajeto que, em média, duraria uns dez minutos pareceu ao John que ele estava caminhando fazia umas duas horas, tamanha a ansiedade e apreensão. Será que o trabalho estava de acordo com o Jack havia determinado? Dúvida cruel!!
John entra na sala e encontra praticamente o mesmo cenário que encontrou da última vez. A mesma pessoa, a mesma pose, o mesmo horário e o mesmo sorriso maroto do Jack. A única coisa diferente era o trabalho nas mãos dele, que estava devidamente atualizado!
Jack Welch olha atentamente para John e lhe pergunta:
– John, meu caro, responda com sinceridade, isso é o melhor que você pode fazer?
John parecia não acreditar no que estava acontecendo. Ficou absolutamente confuso e inseguro. Em determinado momento, antes de responder ao chefe, pensou que poderia até perder o emprego. Tomou um folego e responde calmamente ao Mr. Welch:
– Jack, vamos fazer o seguinte, eu consigo fazer algumas pequenas modificações e entendo que deverá ficar dentro dos parâmetros que você determinou. Me de mais dois dias, pode ser? Vou trabalhar 48 horas ininterrúptas se necessário.
Jack concorda e o novo prazo é estabelecido. O pobre do John retorna para sua sala entre decepcionado e confuso, mas determinado que irá entregar um trabalho absolutamente inquestionável e irreparável.
Passados dois dias, John entrega o trabalho devidamente finalizado para Jack Welch.
Um dia depois, Jack convida John para uma reunião para a apreciação do bendito trabalho.
Os dois estão frente a frente. Jack, para surpresa e inconformidade de John, olha para ele e diz novamente:
– John, diga com sinceridade, isso é o melhor que você pode fazer?
John, absolutamente incrédulo, fulmina Jack Welch com um olhar e responde:
– Sim, Jack!! Isso é o melhor que eu posso fazer. Não imagino o que eu possa fazer para tornar esse trabalho melhor. Novamente, isso é o melhor que eu posso fazer!!
– Jack dessa vez deixa o sorriso maroto de lado, sorri largamente e responde:
– Perfeito, John. Então agora eu vou ler o seu trabalho!!!
Resumo da Ópera: sempre faça o seu melhor, o seu absolutamente e incontestável melhor quando alguém (seu professor, seu superior) lhe pedir um trabalho ou um serviço.