George Bernard Dantzig nasceu em 8 de novembro de 1914 foi um cientista matemático americano que fez contribuições para vários ramos da matemática, computação e estatística além da economia.
Dantzig é conhecido especialmente no mundo acadêmico pelo seu desenvolvimento do algoritmo simplex, um algoritmo para resolver problemas de Programação Linear, e também por outros trabalhos no campo da Ciência da Computação. Até a aposentadoria em 2005, Dantzig era Professor Emérito de Ciências dos Transportes e Professor de Investigação Operacional e de Informática na Universidade de Stanford.
Nascido em Portland, Oregon, teve uma infância considerada normal para a época. Na sua infância se comportava como qualquer criança da sua idade. Seu pai, Tobias Dantzig, era matemático e professor, e a sua mãe, Anja Dantzig era linguista por formação e, também como o marido, era de origem judaica.
No início dos anos 20, a família Dantzig mudou-se para Washington, D.C. A sua mãe conseguiu um emprego como linguista na Biblioteca do Congresso e o seu pai tornou-se tutor de matemática na Universidade de Maryland.
Sabe-se que durante a sua pré-adolescência, o seu pai fazia questão que ele estudasse Geometria e lhe passava uma série de exercícios relacionados à matéria. Ainda que George não demonstrava muito entusiasmo pelo assunto, o fato é que o garoto se empenhava e completava as tarefas estabelecidas pelo pai.
No começo George resolvia problemas simples e, quando estava prestes a terminar o Colegial já estava resolvendo problemas de alta complexidade. Ainda assim não se podia afirmar que o rapaz era um gênio.
Logo após terminar o High School, George foi aceito na Universidade de Maryland e, com o passar do tempo ficava claro que ele não era muito diferente de milhares de outros estudantes da mesma faculdade. Um aspecto, porém, não tão elogiável o destacava dos outros colegas. Vez por outra George cabulava algumas aulas o que fazia com que o seu Professor, como punição lhe passava uma quantidade razoável de tarefas extraclasse.
Avançamos essa nossa história um pouco para 1939. George corre exasperadamente pelos corredores da Universidade da Califórnia em Berkeley, onde faz doutorado sob a supervisão do circunspeto Professor Jerzy Neyman. Por algum motivo George está atrasado 20 minutos e isso é coisa séria em se tratando de uma universidade de primeira linha nos Estados Unidos (eu sei disso!).
George, chega em frente a sua sala de aula e entre hiperventilando e exausto com a corrida, espera ainda por alguns segundos, toma folego e adentra ao ambiente. Entra cabisbaixo na vã esperança de ser ignorado por todos, especialmente Mr. Neyman. Doce ilusão. Pouco antes de sentar-se no seu lugar, ele e o Professor se olham sem trocar uma palavra que fosse. Fazer o que? O “estrago” já estava feito.
O nosso aluno relapso, já ligeiramente recomposto e mais calmo olha para o quadro negro e nota que o Professor havia escrito dois problemas de estatística. George intui que os problemas são lição de casa e imediatamente toma nota dos dois, guarda-os em sua pasta e volta total atenção para as explicações do Sr. Neyman. George, em um depoimento anos depois desse evento disse que os dois problemas pareciam ser um pouco mais difíceis do que o habitual, mas que, como de costume se dedicaria ao máximo para resolve-los.
Terminando a aula de estatística, George deixa a sala de aula e vai para o seu dormitório onde começa imediatamente a trabalhar nos dois exercícios. Num primeiro momento ele viu que os problemas estão em um nível bem mais difícil do que de costume se arrepende de ter chegado atrasado na aula. Certamente, ele pensa, o Professor deve ter passado algumas instruções em como atacar o problema e eu perdi preciosos minutos dessa explicação. Fazer o que, né?
Passados alguns dias, George completa a tarefa e logo ao entrar na aula do Prof. Neyman, entrega o seu caderno ao Professor com os problemas devidamente resolvidos. Não notando do que se tratava o Professor pediu ao aluno que deixasse o caderno na sua mesa, o que George prontamente fez.
Passadas duas semanas Prof. Neyman dirige-se à George e lhe diz que ainda não terminou de fazer a correção do “trabalho de casa”, o que deixou George ainda mais apreensivo. Afinal de contas o resultado das provas mais os exercícios que compunham as notas estavam para ser publicadas. Se George tirasse nota baixa nos exercícios ele ficaria com a média de notas muito baixa.
O que acontece a partir de agora é difícil de acreditar. Passados mais alguns dias e o Professor pede à George que compareça à Sala do Diretor da Faculdade. George é acometido por um frio na barriga e uma tremenda sensação de insegurança.
Entrando na sala do Diretor, George dá de cara com o Diretor, Professor Neyman e mais algumas pessoas que ele não conhecia. Certamente outros Professores de várias outras áreas da Faculdade.
Professor Neyman olha para George, cumprimenta-o por completar os exercícios e lhe pergunta:
– Você resolveu isso sozinho ou contou com a ajuda de outras pessoas?
George, em meio a incredulidade e perplexidade responde:
– Professor eu os resolvi sozinho. Por que?
O Professor lhe explica então que aqueles exercícios não eram trabalho de casa! Na verdade, tratavam-se de dois problemas que até então eram considerados insolúveis, mesmo para as mentes mais brilhantes do mundo naquela época! Professor Neyman havia começado a aula, escreveu os problemas no quadro negro e avisou os alunos de que se tratavam de problemas que até então ninguém havia conseguido resolver.
Como George havia chegado atrasado na aula não ouviu a explicação do Professor. Copiou os problemas e voltou para casa como sendo tarefa para a próxima aula!! Trabalhou duro e os resolveu!! Incrível, não. E essa história é absolutamente verdadeira.
Fica a pergunta: se George tivesse ouvido o Professor dizendo que aqueles problemas eram insolúveis ele teria tido a mesma atitude? Ele teria sido encorajado a resolve-los mesmo assim? E você? Se te disserem que você não vai dar conta de completar um projeto para a empresa onde você trabalha por ser muito complexo qual será a sua atitude? Pense nisso!!