“Eu ainda possuo resquícios da síndrome do impostor. Ela não desaparece, aquele sentimento de que as pessoas não deveriam levar você a sério. O que eu sei? Eu divido isso com vocês porque todos nós temos dúvidas sobre as nossas habilidades, sobre o poder que temos e que poder é esse”. -Michele Obama
O que é Síndrome do Impostor?
A síndrome do Impostor, também conhecida como fenômeno impostor, é um padrão psicológico em que uma pessoa se preocupa continuamente que as suas realizações sejam reveladas como “falsas” e tem dúvidas sobre as suas capacidades. As pessoas que sofrem de síndrome do impostor atribuem frequente e erroneamente à sorte ou o destino pelas suas realizações em vez das suas próprias capacidades e trabalho pelo seu sucesso.
Embora a SI possa afetar qualquer pessoa, ela é mais comum em pessoas de alto rendimento, especialmente em ocupações onde o desempenho e a distinção são altamente valorizados. Por exemplo, é frequentemente observada em acadêmicos, profissionais e estudantes que sentem pressão para se saírem bem e corresponderem às expectativas nos seus campos escolhidos.
A SI pode afetar negativamente a autoestima e o bem-estar geral de uma pessoa, resultando em dúvida, preocupação e mesmo uma certa tristeza. Além disso, ela pode impedir o seu desenvolvimento profissional, uma vez que essas pessoas passam a evitar assumir novos projetos por medo de falhar, além de outras limitações auto impostas.
Quais são as causas?
A SI pode ser causada por uma variedade de circunstâncias. Uma é o chamado “laço impostor”, em que uma pessoa experimenta o sucesso, mas depois acaba atribuindo esse mesmo sucesso a outras causas que não os seus próprios talentos e capacidades. Isto pode causar stress e medo de ser exposto como falso, o que pode então levar alguém a trabalhar em excesso ou a envolver-se num esforço para compensar a sua perceptível falta de capacidades. Curiosamente, este ciclo pode se perpetuar, deixando o indivíduo com um sentimento generalizado de inadequação e de dúvida de si próprio.
Outra causa é a tal da “armadilha de comparação”, na qual alguém compara as suas próprias realizações e competências com as de outras pessoas igualmente bem-sucedidas. Se a pessoa estiver continuamente rodeada de amigos ou modelos de conduta de alto rendimento, isto pode ser especialmente prejudicial porque pode resultar numa impressão exagerada dos requisitos para o sucesso.
O perfeccionismo também pode contribuir para a síndrome do impostor porque faz as pessoas acreditarem que o seu trabalho deve ser irrepreensível para que seja aceito e considerado de ótima qualidade. Isto pode resultar numa autocrítica excessiva, resultando na aversão a riscos e ou de fazer novas experiências.
Quais são os sinais mais aparentes da SI
Qualquer pessoa pode experimentar a síndrome do impostor, independentemente da sua posição social, histórico profissional, competência ou talento.
A síndrome do impostor é uma condição razoavelmente prevalecente, apesar de não ser um distúrbio de saúde mental reconhecido. Segundo as estimativas, 70% das pessoas irão encontrar esta ocorrência pelo menos uma vez durante as suas vidas.
Se não tiver a certeza se pode sofrer de síndrome do impostor, responda essas perguntas:
- Você sofre mesmo através dos mais pequenos erros ou falhas no seu trabalho?
- Você acredita na sorte ou em outras variáveis externas para o seu sucesso?
- Você aceita bem as críticas construtivas?
- Você teme que a sua “farsa” possa eventualmente ser exposta?
- Mesmo em áreas onde você é realmente mais habilidoso do que outras pessoas, você minimiza os seus próprios conhecimentos?
Se você respondeu afirmativamente a pelo menos uma dessas perguntas, fique atento!
O que se deve fazer para prevenir e combater a SI?
Existem vários métodos para superar a síndrome do impostor. Um deles é reenquadrar o pensamento e reconhecer que todos cometem erros e experimentam dúvidas internas. É fundamental reconhecer que sentir-se inseguro ocasionalmente é comum e não constitui um sinal de fraqueza. Ocorre com todos nós, até com a ex-Primeira-Dama Michele Obama!
1 – Desafiar os constantes pensamentos negativos e colocar a ênfase nas capacidades e realizações como uma técnica alternativa. Isto pode implicar em manter um registo das realizações, pensar nos sucessos anteriores e pedir a contribuição de mentores e colegas de trabalho em quem se possa confiar.
2 – Estabelecer objetivos atingíveis e reconhecer pequenos triunfos ao longo do caminho também pode ser benéfico. Em vez de visar continuamente a perfeição, dedicando tempo excessivo em pequenas tarefas, que tal pensar mais em “quantidade” e “constância”, ou seja, se tiver que escrever artigos, escreva vários e constantemente. Essa ação poderá fomentar a confiança e também um sentimento de realização.
3 – Procurar apoio de amigos, família, ou de um terapeuta pode ser útil porque a síndrome do impostor pode ser particularmente desafiante para se ultrapassar sozinho. Com a ajuda de um terapeuta um indivíduo poderá construir mecanismos para lidar com a síndrome e descobrir as crenças e os padrões cognitivos que à este comportamento.
Finalmente, a síndrome do impostor é um fenômeno generalizado e frequentemente mal compreendido que pode prejudicar a autoestima e o bem-estar de uma pessoa. A fim de superar essa síndrome e atingir todo o seu potencial, é crucial identificá-la e saber lidar com ela. É possível ultrapassar a síndrome e desenvolver a autoconfiança e a resiliência mudando a perspectiva, procurando assistência e estabelecendo objetivos realistas.